sexta-feira, 20 de dezembro de 2013

sexta-feira, 6 de dezembro de 2013

FILHO ÚNICO PRECISA APRENDER SOLIDARIEDADE




Maria Tereza Maldonado

Filhos únicos não são necessariamente egoístas nem tiranos. Pais de um único filho tampouco são inevitavelmente super protetores ou superexigentes. Muitas crianças, mesmo sem irmãos, tornam-se pessoas generosas, compreensivas e solidárias. Para isso, é preciso que sejam estimuladas a formar uma boa rede de amigos, para criar muitas oportunidades de convívio com outras crianças além do período de permanência na escola. Isso favorece a aprendizagem de compartilhar brincadeiras, aceitar as idéias dos outros, resolver conflitos e se divertir em grupo. Sem a riqueza da fraternidade, é preciso cultivar os amigos-irmãos. 

É importante que os pais mostrem, no cotidiano da vida em família, que respeitam os desejos e as necessidades da criança, deixando claro que ela também precisa perceber e respeitar os desejos e as necessidades das outras pessoas da casa. Por exemplo, a mãe diz: "Passei um tempo desenhando e brincando com você, agora vou telefonar para uma amiga". Ou o pai diz: "Estou acabando de ler o jornal, depois vou jogar bola com você". É importante lembrar que há crianças que, mesmo não tendo irmãos, crescem egocêntricas, sem respeito pelos direitos dos outros.

Vários fatores entram na decisão de planejar a família com um único filho: a sobrecarga de trabalhos em tempo integral, o investimento na carreira e o equilíbrio orçamentário (para oferecer uma boa escola, cursos complementares, lazer de qualidade...). Há também os casais que gostariam de ter tido mais filhos mas não conseguiram; há os que temem ter mais de um filho porque o relacionamento é emocionalmente instável; e há ainda mulheres que resolveram ter um filho sem um parceiro estável, realizando seu desejo de maternidade.

Conheço pais que se sentem culpados e endividados por não terem dado o irmãozinho que o filho único tanto pedia. Concentrando desejos e expectativas em um só, acham que precisam indenizar a criança dando-lhe tudo o que ela pede ou girando em torno dela para satisfazer seus anseios. Como as crianças são muito sensíveis, logo percebem esses pontos fracos dos adultos e montam suas estratégias de poder, tonando-se egocêntricas e tirânicas. Sentem muito prazer com o poder de submeter os adultos aos seus desejos e perceber que eles se assustam quando elas gritam, fazem escândalos ou ameaças na frentes dos outros.

Com isso, não aprendem o valor das "mão dupla" nos relacionamentos, com toda a sua riqueza de trocas, estimulando o desenvolvimento da compreensão, da generosidade, da cooperação e da solidariedade. E crescem com a dificuldade de perceber que todos nós precisamos aprender a lidar com a falta e com a frustração: nem todos os nosso sonhos, desejos e expectativas poderão ser realizados.

Por outro lado, a maioria dos filhos únicos sente o peso da responsabilidade de "dar certo" para não frustrar as expectativas dos pais. Como não há irmãos para repartir sucessos e fracassos, a sobrecarga é grande, e, com frequência, eles constroem um padrão profundo de intenso auto-exigência. 

O AMOR É ASSIM: TRABALHAREMOS JUNTOS!

Não que seja fácil, não é.
Não que seja viável, não é.
Mas é a única coisa que pode
ser duradoura neste sentimento
que chamamos "amor"!

Edna Palladino

NA INTERNET É TÃO FÁCIL!

Z. Bauman
Um viciado em facebook me confessou - não confessou, mas de fato gabou-se - que havia feito 500 amigos em um dia. Minha resposta foi: eu tenho 86 anos, mas não tenho 500 amigos. Eu não consegui isso! Então, provavelmente, quando ele diz 'amigo', e eu digo 'amigo', não queremos dizer a mesma coisa, são coisas diferentes. Quando eu era jovem, eu não tinha o conceito de redes, eu tinha o conceito de laços humanos, comunidades... esse tipo de coisa, mas não de redes.
Qual a diferença entre comunidade e rede? A comunidade precede você. Você nasce em uma comunidade. De outro lado temos a rede, o que é uma rede? Ao contrário da comunidade, a rede é feita e mantida viva por duas atividades diferentes: conectar e desconectar.
Eu penso que a atratividade desse novo tipo de amizade, o tipo de amizade de facebook, como eu a chamo, está exatamente aí: que é tão fácil de desconectar. É fácil conectar e fazer amigos, mas o maior atrativo é a facilidade de se desconectar. Imagine que o que você tem não são amigos online, conexões online, compartilhamento online, mas conexões off-line, conexões reais, frente a frente, corpo a corpo, olho no olho. 
Assim, romper relações é sempre um evento muito traumático, você tem que encontrar desculpas, tem que se explicar, tem que mentir com frequência, e, mesmo assim, você não se sente seguro, porque seu parceiro diz que você não têm direitos, que você é sujo etc., é difícil. Na internet é tão fácil, você só pressiona "delete" e pronto, em vez de 500 amigos, você terá 499, mas isso será apenas temporário, porque amanhã você terá outros 500, e isso mina os laços humanos.

quinta-feira, 24 de outubro de 2013

VEJO NADA DE BONITO NA ROTINA, EU HEIM!?




Adélia Prado


Amar a aprazível rotina” de recolher ovos, fazer comida, 
ir para o trabalho, ajudar as crianças a viver descreve
a grande rotina da qual se constitui a vida humana.
Não é pouco, portanto, resgatá-la, uma vez que se trata da própria vida.

Recolhe do ninho os ovos, 
 a mulher nem jovem nem velha,

em estado de perfeito uso.

Não vem do sol indeciso

a claridade expandindo-se,
é dela que nasce a luz 
de natureza velada,
é seu próprio gosto 
em ter uma família,
amar a aprazível rotina.
Ela não sabe que sabe,
a rotina perfeita é Deus:
as galinhas porão seus ovos,
ela porá sua saia,
a árvore a seu tempo
dará suas flores rosadas.
A mulher não sabe que ora:
que nada mude, Senhor

EU NÃO, QUE SE VIRE!



Adelia Prado
CASAMENTO


Há mulheres que dizem: 
Meu marido, se quiser pescar, pesque, 
mas que limpe os peixes. 
Eu não. A qualquer hora da noite me levanto, 
ajudo a escamar, abrir, retalhar e salgar. 
É tão bom, só a gente sozinhos na cozinha, 
de vez em quando os cotovelos se esbarram, 
ele fala coisas como 'este foi difícil' 
'prateou no ar dando rabanadas' 
e faz o gesto com a mão. 
O silêncio de quando nos vimos a primeira vez 
atravessa a cozinha como um rio profundo. 
Por fim, os peixes na travessa, 
vamos dormir. 
Coisas prateadas espocam: 
somos noivo e noiva.


domingo, 13 de outubro de 2013

OS MALES CAUSADOS PELAS PESSOAS QUE AMAMOS






                                                                                              Por Ed Renée


SEM PERDÃO NÃO EXISTE AMANHÃ
Alguém já disse que a família é o lugar dos maiores amores e dos maiores ódios. Compreensível: quem mais tem capacidade de amar, mais tem capacidade de ferir. A mão que afaga é aquela de quem ninguém se protege, e quando agride, causa dores na alma, pois toca o ponto mais profundo de nossas estruturas afetivas. Isso vale não apenas para a família nuclear: pais e filhos, mas também para as relações de amizade e parceria conjugal, por exemplo.

Em mais de vinte anos de experiência pastoral observei que poucos sofrimentos se comparam às dores próprias de relacionamentos afetivos feridos pela maldade e crueldade consciente ou inconsciente. Os males causados pelas pessoas que amamos e acreditamos que também nos amam são quase insuperáveis.

O sofrimento resultado das fatalidades são acolhidos como vindos de forças cegas, aleatórias e inevitáveis. Mas a traição do cônjuge, a opressão dos pais, a ingratidão dos filhos, a rixa entre irmãos, nos chegam dos lugares menos esperados: justamente no ninho onde deveríamos estar protegidos se esconde a peçonha letal.

Poucas são minhas conclusões, mas enxerguei pelo menos três aspectos dessa infeliz realidade das dores do amar e ser amado. Primeiro, percebo que a consciência da mágoa e do ressentimento nos chega inesperada, de súbito, como que vindo pronta, completa, de algum lugar. Mas quando chega nos permite enxergar uma longa história de conflitos, mal entendidos, agressões veladas, palavras e comentários infelizes, atos e atitudes danosos, que foram minando a alegria da convivência, criando ambientes de estranhamento e tensões, e promovendo distâncias abissais.

 Quando nos percebemos longe das pessoas que amamos é que nos damos conta dos passos necessários para que a trilha do ressentimento fosse percorrida: um passo de cada vez, muitos deles pequenos e que na ocasião foram considerados irrelevantes, mas somados explicam as feridas profundas dos corações.

Outro aspecto das dores do amar e ser amado está no paradoxo das razões de cada uma das partes. Acostumados a pensar em termos da lógica cartesiana: 1 + 1 = 2 e B vem depois de A e antes de C, nos esquecemos que a vida não se encaixa nos padrões de causa e efeito do mundo das ciências exatas. Pessoas não são máquinas, emoções e sentimentos não são números, relacionamentos não são engrenagens. Imaginar que as relações afetivas podem ser enquadradas na simplicidade dos conceitos certo e errado, verdade e mentira, preto e branco é uma ingenuidade. A vida é zona cinzenta, pessoas podem estar certas e erradas ao mesmo tempo, cada uma com sua razão, e a verdade de um pode ser a mentira do outro. Os sábios ensinam que "todo ponto de vista é a vista de um ponto", e considerando que cada pessoa tem seu ponto, as cores de cada vista serão sempre ou quase sempre diferentes. Isso me leva ao terceiro aspecto.

Justamente porque as feridas dos corações resultam de uma longa história, lida de maneiras diferentes pelas pessoas envolvidas, o exercício de passar a limpo cada passo da jornada me parece inadequado para a reconciliação. Voltar no tempo para identificar os momentos cruciais da caminhada, o que é importante para um e para outro, fazer a análise das razões de cada um, buscar acordo, pedir e outorgar perdão ponto por ponto não me parece ser a melhor estratégia para a reaproximação dos corações e cura das almas.

Estou ciente das propostas terapêuticas, especialmente aquelas que sugerem a necessidade de re–significar a história e seus momentos específicos: voltar nos eventos traumáticos e dar a eles novos sentidos. Creio também na cura pela fala. Admito que a tomada de consciência e a possibilidade de uma nova consciência produzem libertações, ou, no mínimo, alívios, que de outra maneira dificilmente nos seriam possíveis. Mas por outro lado posso testemunhar quantas vezes já assisti esse filme, e o final não foi nada feliz. Minha conclusão é simples (espero que não simplória): o que faz a diferença para a experiência do perdão não é a qualidade do processo de fazer acordos a respeito dos fatos que determinaram o distanciamento, mas a atitude dos corações que buscam a reaproximação.

 Em outras palavras, uma coisa é olhar para o passado com a cabeça, cada um buscando convencer o outro de sua razão, e bem diferente é olhar para o outro com o coração amoroso, com o desejo verdadeiro do abraço perdido, independentemente de quem tem ou deixa de ter razão. Abraços criam espaço para acordos, mas acordos nem sempre terminam em abraços.

Essa foi a experiência entre José e seus irmãos. Depois de longos anos de afastamento e uma triste história de competições explícitas, preferências de pai e mãe, agressões, traições e abandonos, voltam a se encontrar no Egito: a vitima em posição de poder contra seus agressores. José está diante de um dilema: fazer justiça ou abraçar. Deseja abraçar, mas não consegue deixar o passado para trás. Ao tempo em que fala com seus irmãos sai para chorar, e seu desespero é tal que todos no palácio escutam seu pranto. Mas ao final se rende: primeiro abraça e depois discute o passado. Essa é a ordem certa. 

Primeiro, porque os abraços revelam a atitude dos corações, mais preocupados em se aproximar do que em fazer valer seus direitos e razões. Depois, porque, no colo do abraço o passado perde força e as possibilidades de alegrias no futuro da convivência restaurada esvaziam a importância das tristezas desse passado funesto.

Quando as pessoas decidem colocar suas mágoas sobre a mesa, devem saber que manuseiam nitroglicerina pura. As palavras explodem com muita facilidade, e podem causar mais destruição do que promover restauração. Não são poucos os que se atrevem a resolver conflitos, e no processo criam outros ainda maiores, aprofundam as feridas que tentavam curar, ou mesmo ferem novamente o que estava cicatrizado. Tudo depende do coração. O encontro é ao redor de pessoas ou de problemas? A intenção é a reconciliação entre as pessoas ou a busca de soluções para os problemas? Por exemplo, quando percebo que sua dívida para comigo afastou você de mim, vou ao seu encontro em busca do pagamento da dívida ou da reaproximação afetiva? Nem sempre as duas coisas são possíveis. 


Infelizmente, minha experiência mostra que a maioria das pessoas prefere o ressarcimento da dívida em detrimento do abraço, o que fatalmente resulta em morte: as pessoas morrem umas para as outras e, conseqüentemente, as relações morrem também. A razão é óbvia: dívidas de amor são impagáveis, e somente o perdão abre os horizontes para o futuro da comunhão. Ficar analisando o caderno onde as dívidas estão anotadas e discutindo o que é justo e injusto, quem prejudicou quem e quando, pode resultar em alguma reparação de justiça, mas isso é inútil – dívidas de amor são impagáveis.

Mas o perdão tem o dia seguinte. Os que mutuamente se perdoam e se abraçam não são mais capazes de ferir um ao outro. Ainda que desobrigados pelo perdão, farão todo o possível para reparar os danos do caminho. Mas já não buscam justiça. Buscam comunhão. Já não o fazem porque se sentem culpados e querem se justificar para si mesmos ou para quem quer que seja, mas porque se percebem amados e não têm outra alternativa senão retribuir amando. 


As experiências de perdão que não resultam na busca do que é justo desmerecem o perdão e esvaziam sua grandeza e seu poder de curar. Perdoar é diferente de relevar. Perdoar é afirmar o amor sobre a justiça, sem jamais sacrificar o que é justo. O perdão coloca as coisas no lugar. E nos capacita a conviver com algumas coisas que jamais voltarão ao lugar de onde não deveriam ter saído. Sem perdão não existeamanhã. 

quarta-feira, 2 de outubro de 2013

AVÓS COM COBERTURA DOCE







“As Avós são Mães, com um monte de cobertura doce...”

QUE BONITO QUE FICA!


Por Edna Palladino

Diz Paulo de Tarso em sua carta endereçada à comunidade da cidade de Éfeso: "Sejam submissos um ao outro, pelo respeito que têm a Cristo", então submissão é uma proposta mútua. Quando aplicado à esposa, nada tem com dominação e preconceitos culturalmente construídos,  em que alguém tem que ser maior pra subjugar o menor.

Numa relação, seja qual for, inclusive a do casamento, a postura de submissão leva cada um a respeitar e compreender o outro em suas diferenças.

Que bonito que fica! Viver uma relação conjugal em que ambos possam construir uma comunicação justa e digna. É isso, justa e digna, porque não se trata de procurar um culpado, mas de construir um diálogo que seja colaborativo.  Terão que compreender (compreender é uma palavrinha mágica) um ao outro ao invés de apenas aborrecerem-se um com o outro.


Quem nada conhece, nada ama.
Quem nada compreende, nada vale.
Quem nada pode fazer, nada compreende.
Mas quem compreende também ama, observa, vê...
Quanto mais conhecimento houver inerente numa
coisa, tanto maior o amor...
Aquele que imagina que todos os frutos
amadurecem ao mesmo tempo, como as cerejas,
nada sabe a respeito das uvas.
Paracelso

AMAR É UMA DECISÃO, NÃO UM SENTIMENTO






 Autor desconhecido...

Amar é uma decisão, não um sentimento
“O sábio recebeu a visita de um homem que dizia já não amar a sua esposa, e que
pensava em separar-se.
O sábio ouviu...
Olhou-o nos olhos, disse apenas uma palavra,
e calou-se: Ame-a!

Mas eu já disse: Não sinto nada por ela!
Ame-a, disse novamente o sábio.
E percebendo o desconforto do homem,
depois de um breve silêncio, o sábio explicou:
Amar é uma decisão, não um sentimento;
amar é dedicação e entrega.

Amar é um verbo e o fruto dessa ação é o amor.
O amor é um exercício de Jardinagem:
arranque o que faz mal, prepare o terreno,
semeie, seja paciente, regue e cuide.
Esteja preparado porque haverá pragas,
secas ou excesso de chuvas, mas nem por isso abandone o seu jardim.
Ame o seu par, ou seja, o aceite, o valorize, o respeite.

Dê-lhe afeto e ternura,
Admire-o e compreende-o.
Isso é tudo. Ame!

A inteligência sem amor, faz-te perverso.
A injustiça sem amor, faz-te implacável.
A diplomacia sem amor, faz-te hipócrita.
O êxito sem amor, faz-te arrogante.
A riqueza sem amor, faz-te avaro
A docilidade sem amor, faz-te servil.
A pobreza sem amor, faz-te orgulhoso.

A beleza sem amor, faz-te ridículo.
A autoridade sem amor, faz-te tirano.
O trabalho sem amor, faz-te escravo.
A simplicidade sem amor, deprecia-te
A oração sem amor, faz-te introvertido.
A lei sem amor, escraviza-te
A política sem amor, deixa-te egoísta.

A fé sem amor, deixa- te fanático.
A cruz sem amor converte-se em tortura.
A vida sem amor...não tem sentido.”

sexta-feira, 27 de setembro de 2013

A IMPORTÂNCIA DE MANTER CONTATO




importancia-manter-contato-discovery-mulher

Por Lucia Freitas

Relacionamentos são verdadeiros cultivos: é preciso estar sempre atento e cuidar deles. Seja amizade, família, amor, os cuidados são necessários e fundamentais para a sua saúde e bem-estar.

No caso amoroso, principalmente em casamentos, o descuido acontece sim. Correria, falta de tempo, cuidado com os filhos, com a casa, tudo se intromete no meio da relação. E o que começa com uma linda história pode se rachar.

O fundamental para uma relação saudável, segundo Regina Favre, filósofa e terapeuta, é um ambiente de colaboração. “E para isso é necessário maturidade. Quem não tem maturidade, abusa, domina, depende, se mistura”, diz.

Como ninguém é perfeito, tudo isso é construído. A maturidade vem, claro, à custa de muito trabalho, conversas, atividades. E ela precisa ser alcançada nas muitas dimensões que temos, todos nós: profissional, pessoal, relacional… são só algumas dessas dimensões.

Casais separados  (ou unidos) pela rotina



casal-importancia-manter-contato-discovery-mulher


Entre os casados, a situação mais comum é perder o contato por conta da rotina. Trabalho, casa, filhos, contas. Os afazeres são muitos e, em geral, esbarram na falta de colaboração dentro de casa.

Uma história que ilustra bem: um casal de 35 anos com um filho de 5. Ela se encarrega do transporte do filho para a escola, das compras, dos cuidados com a casa, das refeições. Ele não participa de nada disso. No máximo brinca com o pequeno no fim do dia, e, nos finais de semana, “ajuda”. O resultado a médio prazo? As coisas esfriam, o casal entra em rota de separação.

Segundo o IBGE, embora as pessoas estejam se casando mais, também aumentou o número de separações. É o resultado estatístico do estilo de vida dos casais nas grandes cidades brasileiras.

“O que acontece, na maioria das vezes, é que com a divisão injusta de tarefas a colaboração não existe e as pessoas ficam insatisfeitas”, conta Regina. Criar proximidade, compartilhar tarefas, fazer coisas juntos são santos remédios para produzir um dia-a-dia mais prazeroso. Sim, prazeroso, porque segundo a terapeuta, o prazer resulta de algo bem-feito.

Algumas ideias para criar mais momentos íntimos entre vocês:

-        Colocar os filhos para dormir numa hora boa
Assim vocês podem ter um tempo para ficar juntos. Não, não precisa fazer nada, podem ler, assistir TV ou um filme, meditar. Não importa o que vocês farão, importa estarem juntos e presentes.

-        Cozinhar juntos.
Comida exige atenção e carinho, cuidados na preparação. Cozinhar junto é uma ciência e uma arte. Vocês vão se conhecer melhor, descobrir gostos (para os recém-casados) e cuidar da saúde um do outro. E pode ser divertido – principalmente quando o resultado é bom.

-        Caminhar ou correr a dois.
Não é preciso um fim de semana sem crianças ou qualquer malabarismo. Caminhem ou corram juntos, participem de corridas, criem uma rotina de esporte conjunto. A camaradagem que nasce destas atividades é única – e faz muito bem ao relacionamento.

-        Fuja do senso comum.
O senso comum é que casais devem fazer as coisas de determinadas maneiras, seguindo regrinhas. Fuja desses clichês. Intimidade é algo pessoal e intransferível. Só vocês dois poderão descobrir o que é bom para vocês.

quarta-feira, 25 de setembro de 2013

OLHE NOS OLHOS DELA!




Por Edna Palladino

Um casal se desentende  bem antes de se casar.  A julgar pelos sintomas, caso eles se casem, logo, logo já estará muito pesada a carga do casamento. Posto que se em lenho verde (namoro/noivado), eles agem assim, como não agirão então no lenho seco do casamento?

Ela faz repetição transferencial  com ele: quando ele fala um pouquinho mais alto, ela que viveu a ausência do pai e presenciou a grosseria dele com a mãe a vida toda,  sente toda a emoção do passado revivida nas questões com o noivo.
É como se ela entrasse  num quarto escuro, sem porta, sem tomadas pra ascender as luzes, sem janelas...

Pergunto ao futuro marido: com certeza você deseja tirá-la desse lugar sem consciência, não é mesmo? Ele diz: claro! Então eu retomo: o que faz quando ela chora e reclama do tipo de tratamento que você oferece a ela? Ele: fico sem paciência, falo com ela ainda mais alto, fico nervoso! Eu: pois é, se quer entrar naquele quarto escuro do sofrimento dela, sabendo que não há portas, nem tomadas, a única maneira de tirá-la de lá é mudar sua forma de falar, e mesmo assim, quando ela se sentir ameaçada por sua fala, olhe dentro dos olhos dela e diga: desculpe, eu não me fiz entender bem, vou tentar novamente...

Alguns cônjuges não se encontram diferenciados da família de origem, seus contatos familiares são cheios de ansiedade e sem capacidade de fazer a separação do que é seu e do que é do outro. Enquanto que uma pessoa relativamente diferenciada terá níveis de ansiedade reduzida e bons contatos emocionais entre os pais e as famílias de origem.

Fará toda a diferença os cônjuges conhecerem a si mesmos, sem medo de se mostrarem como realmente são, sabendo que são os cuidadores um do outro. 

sábado, 14 de setembro de 2013

O CASAMENTO É A REAL APRENDIZAGEM DO AMOR

                                                                                          

                                                                                                               

                                                                                            Por Carlos Catito


Muitas pessoas, de dentro e de fora da igreja cristã, acreditam que, numa sociedade moderna em que se privilegia a liberdade de escolha e a busca por felicidade, qualquer argumentação contra o divórcio é, no mínimo  equivocada. 

Alguns intérpretes da Bíblia defendem que os textos bíblicos que apontam para uma objeção de Deus em relação ao divórcio são contextualmente equivocados e não servem mais para uma aplicação direta em nossos dias, tais como os textos que falam sobre restrições alimentares e similares. 

Quando eu era adolescente e congregava em uma igreja de origem alemã e com forte influência do movimento pietista, o divórcio era visto com uma conotação sexual equivalente ao adultério, ou seja, as pessoas que se divorciavam "queriam" experimentar novos parceiros sexuais, e isso era abominável! Portanto, naquele contexto o divórcio era visto como moralmente degradante - ponto de vista do qual também eu discordo, haja vista que tenho amigos pessoais cristãos divorciados há mais de quinze anos e que não buscaram novas companheiras, muitos menos um vida promíscua sexualmente simplesmente mantêm-se em abstinência. 

Então qual o real significado do divórcio que leva Deus a afirmar que o odeia (Mt. 2.13-16)? Ao longo de mais de trinta anos atendendo a casais em meu consultório, posso dizer que a essência de todo divórcio está na incapacidade de amar o diferente.

Quando iniciamos um relacionamento afetivo, acreditamos - de forma imatura - que temos com o outro uma sintonia tão próxima que mesmo os pequenos sinais de diferenças não nos incomodam, se considerarmos os enormes sinais de concordâncias. A proximidade de convivência e a rotina escancaram o quanto estávamos equivocados. O outro é, sim, muito diferente de mim em muitos aspectos: ritmo, tempo, estilo de vida, projetos, gostos, interação social, etc.

Então caímos na ilusão de que com um pouco de esforço conseguiremos mudar o outro e "torná-lo à minha imagem e semelhança": afinal, se pensarmos de forma mais sintônica, tudo vai ficar maravilhoso. Então passamos a ser educadores do outro, que teimosamente mostra-se um aprendiz ineficaz e não muda. A frustração pela não mudança aumenta, gerando irritação, e os "padrões educacionais" tornam-se mais violentos. As solicitações transformam-se em gritos, que levam a ressentimento.

Tudo isso colabora para que a imatura sensação inicial de que haveria uma sintonia total se dilua e passamos a acreditar que não somos mais compatíveis - precisamos buscar outra pessoa mais compatível para não arrastarmos ao longo da vida um relacionamento que nos fará infelizes. Aí surge o divórcio.

Não é esse caso uma metáfora de nosso relacionamento com Deus? Ele querendo nos ensinar a ser cada vez mais à sua imagem e semelhança e nós obstinadamente seguindo com nossas "verdades"? Todavia, Deus jamais desiste de nós, nem se altera quando não lhe damos ouvidos. Em última instância, o casamento é a real aprendizagem do amor e, quando nos negamos a esta aprendizagem, nos afastamos do Deus que é amor. É isso o que ele odeia!

Deus não quer que transformemos o outro à nossa imagem e semelhança, mas que encontremos no outro a imagem de Deus, que é multifacetada e que, por isso, torna a humanidade tão rica em sua diversidade. Esse caminho é estreito e poucos são os que trilham por ele. 

                            

domingo, 25 de agosto de 2013

AMOR E SUBMISSÃO



Por Edna Palladino

Gosto do texto bíblico que diz ao homem "ame sua mulher como a si mesmo" e à mulher diz: "respeite seu marido". Comecei pelo fim, mas a narrativa inicia pesado: "o marido é o cabeça da mulher" e "mulheres sejam em tudo submissas ao marido". Parece mais com uma sentença, uma sessão de tortura, dessas que a maioria de nós deseja que não se repita mais.

Esta sensação ruim deve-se ao fato que na cultura passada e até presente,  a família era mantida e protegida pelo homem, este usava de um tipo de autoridade perversa e dominadora. A mulher e os filhos não tinham direitos e nem vós. Foram dias horríveis e ainda hoje existe muita violência na figura do líder da casa.

Mas o que a narrativa bíblica nos dá é totalmente diferente, a lógica é totalmente outra, parece mais uma dança, uma coreografia onde os dançarinos precisam coordenar os passos, e a cada novo ritmo inventar novas coreografias...

O homem é a figura de "autoridade" bondosa, mas firme. A mãe, diante dos desejos dos filhos pequenos ou adolescentes  dirá: "vamos conversar com o papai à noite ou no fim de semana e ver o que ele pensa sobre isso". A última palavra precisará ser da figura de autoridade, pois nossos filhos precisarão na vida adulta compreender que é preciso limites e responsabilizações para lidarem com o ambiente e deverão compreender esta ética dentro da família, da forma mais funcional possível.

Então compreender e respeitar este arranjo da família é submissão, não se trata de estar debaixo dos pés do marido, não ter direito à voz ou submeter-se a qualquer tipo de violência

É a dança do equilíbrio da família, onde marido, esposa e filhos buscam o "ritmo" na inclusão das negociações, compreensões, respeito, perdão, diálogo e aceitação das diferenças.

No entanto, num casamento em que os cônjuges não ocupam o seu papel fica vago o lugar de quem vai ensinar limites, sabemos que na falta do progenitor, a mãe pode ocupar este papel, mas estando ele vivo será imprescindível que esta função seja dele.

Lamentavelmente temos mulheres que não confiam e homens que não assumem esta direção.


quarta-feira, 14 de agosto de 2013

NOSSA VIDA NÃO TINHA DENTRO! DESCONHECIAMO-NOS!




Por Edna Palladino

"O nosso sonho de viver ia adiante de nós, alado, e nós
tínhamos para ele um sorriso igual e alheio, combinado nas
almas sem nos olharmos, sem sabermos um do outro."

Vejo isso quando estou cuidando de noivos nos cursos preparatórios.
Eles tem sonhos, mas não se conhecem. Quando um deles se mostrar, e
vão se mostrar não tenho dúvidas, o susto será grande: "se eu soubesse
que seria assim..." Ou então irão duvidar do amor: "se me amasse de verdade não me falaria desse jeito". Vão se sentir enganados: "e eu que esperava tanto que me faria feliz,
esse infeliz!".

"Éramos fora e outros. Desconheciamo-nos."

Eles conhecem e amam o que está fora, o exterior: o cabelo, o corpo, os dentes,
a pele e até a pelve, mas de onde esta pessoa vem, qual sua história, aliás
a história vale tudo, ela diz quem sou, o que penso e sinto, e se sofri demais ou
recebi demais, vou cobrar da pessoa mais próxima e vou cobrar com juros.

"A nossa vida não tinha dentro."

O casal precisará reconhecer e buscar com todas as suas forças o diálogo, seja na cozinha, na sala diante de um filme, quando estão atarefados com os filhos, com a ida para o trabalho... mas principalmente ao puxar duas cadeiras, e olhando nos olhos perguntar: "quer dizer agora o que te faz sentir assim?"

Estava lendo um poema de Fernando Pessoa "Na Floresta do Alheamento" e escrevi um pouco do muito de nós mesmos ainda não percebido.

terça-feira, 13 de agosto de 2013

DISCIPULANDO FAMÍLIAS NO USO RESPONSÁVEL DA INTERNET



Por Edna Palladino
 “Escrevam  estes mandamentos nas entradas e nas portas das suas casas.” Deut. 11:20

Queremos pensar a “Internet como um recurso de comunicação entre pessoas com afinidades ou desconhecidas, que rompeu todas as  barreiras que nos separam um dos outros”. Já não há mais distancias e nos tornamos uma sociedade global. Mas precisaremos nos organizar para tornar este recurso em uma boa ferramenta, para que não trilhemos uma “rota de interação humana global irresponsável, que precipite  grandes destruições nas relações humanas”, pois sabemos dos perigos, mas não das consequências em longo prazo desse uso descontrolado.  
   
Será preciso aprender o Uso Responsável da Internet – URI, tanto  individualmente como em família, na construção de novos hábitos que funcionem como “lembretes”  nas entradas e portas “virtuais” das nossas casas, para salvar a nós e a nossa família dos perigos e consequências do mal uso da Internet, no que diz respeito ao uso compulsivo das redes sociais, os duvidosos relacionamentos afetivos, a exposição à pornografia e muitos outros.

Nosso desafio é a construção de “LEMBRETES” que funcionem como “REGRAS” para lidarmos com as novas tecnologias:

1. PRIMEIRO LEMBRETE:  NÃO “NEGOCIE” O QUE ESTÁ PROIBIDO.
Precisaremos lidar com a nossa “fraqueza” em colocarmos os necessários limites, pois nossos filhos precisam da nossa firmeza em dizer “NÃO” para sentirem-se protegidos.

2. SEGUNDO LEMBRETE: ENSINE SEUS FILHOS A SEREM RESPONSÁVEIS POR AQUILO QUE ESTÃO FAZENDO. 
De nada nos adiantará apenas proibir ou mandar “desligar” a Internet, como fazíamos quando nossos filhos assistiam à TV, hoje vivemos a possibilidade do “descontrole”. Nossos filhos desde muito cedo desenvolvem “dedos de ETs”: usam tecnologia desde os deveres escolares até o presentão que ganhou no aniversário, que  infelizmente na maioria são eletrônicas.  Eles precisarão ter muito claro pelos pais e cuidadores (avós, tios e tias) que sites ou apelos pornográficos,  que subitamente aparecem na tela, mesmo sem terem sido clicados, não precisam ser acessados, e que esta escolha só poderá feita por eles. Terão que compreender o que significa RESPONSABILIDADE, um aprendizado que começa com os pais que pacientemente e repetidamente construirão ao conversarem livremente sobre todas as coisas. 

3. TERCEIRO LEMBRETE: PAIS ALERTAS!!! ABUSO E PEDOFILIA NA INTERNET: CONFIRA ESTE ACESSO
O acesso a conteúdos impróprios estão na Internet e seu filho criança ou adolescente pode acessar a qualquer momento. Então é preciso que ele tenha, não apenas  orientação, mas supervisão no uso, pois  pode estar correndo risco de abuso e pedofilia.

As vítimas de abuso sexual ou pedofilia na Internet são: 
* Menores de idade.

* Geralmente crianças tímidas ou carentes socialmente.

* Menores que não tem orientação ou supervisão no uso da Internet dos pais ou cuidadores.

APRENDENDO A BLOQUEAR CONTEÚDOS IMPRÓPRIOS DO COMPUTADOR PARA QUE SEU FILHO POSSA USAR COM SEGURANÇA. 
 
Estes são os sites que bloqueiam:  * http://ueblock.uebbi.com * http://www.baixaki.com.br/download/windows-live-protecao-para-a-familia.htm * http://www.rksoft.com.br/html/webfilter.html

    Como fazer isso? 
O “Windows” possui um recurso que se chama “Controle dos pais”, para acessar vá em: Iniciar            Painel de Controle            Contas de usuário e segurança Familiar            Controle dos Pais.

     O que dizer para seus filhos sobre estes perigos? 
* Instrua o seu filho a não divulgar dados pessoais na Internet como: nome, endereço, telefone, escola, e-mail e salas de bate-papo. 

* Recomende a seu filho que utilize apelidos como forma de proteger informações pessoais.

* Cuide para que seu filho não marque encontros com pessoas que conheceu na Internet sem sua permissão. Caso permita, marque em local público e acompanhe-o.

    Quais os cuidados com a segurança?
* Mantenha o computador em uma área comum da casa onde todos possam ver o que é acessado pelo seu filho. 

*  Encoraje seu filho a relatar atividades suspeita ou material indevido recebido.

*  Estabeleça regras razoáveis para seu filho. Discuta com ele as regras de uso da 
  Internet, coloque-as no computador e observe se são seguidas. 

* Controle e estabeleça limites sobre o tempo que seu filho utiliza a Internet.  

4. QUARTO LEMBRETE: USO RESPONSÁVEL DE CELULARES E REDES SOCIAIS.
O que você precisa saber sobre o mundo virtual?
* A Internet é uma troca de informações, não tem vida acontecendo ali, o único lugar que pode acontecer vida é no coração – no encontro. 

* Se não lidamos bem com o mundo real, como será lidar desequilibradamente com o mundo virtual?

* A internet pode se tornar um ambiente de paranoia o dia todo: toda hora tem algo pra eu ver, descobrir, ...

* A motivação da pesquisa pode se perder durante a “viagem”, pois não se aprofunda naquilo que procura, parando nas encruzilhadas das inúmeras informações. 

O uso abusivo da Internet pode transformar a identidade de algumas pessoas.  
* Pessoas extremamente fracas na frente da tela ficam corajosas, anarquiza todo mundo e se transforma no que quiser ser (alguns desses comportamentos podem ser próprios do esquizofrênico). 
* Pessoas sem compromisso com o outro: no encontro virtual  a pessoa pode sair e voltar da frente da tela quantas vezes quiser, e voltar se quiser.
* Pessoas com projeções de sua própria realidade não tratável, que se colocam para viver no mundo irreal, como fuga de si mesma. 

Consequências de se lidar inadequadamente com o mundo virtual.
* Algumas pessoas não lidam bem com o mundo real e tomam a decisão de entrar com tudo na virtualidade, isso às levará a exacerbar tudo o que for tratado no mundo real. 

* Estas pessoas vivem em pânico (mil coisas piscando, chamando, falando...), mas não consegue aprofundar vínculos de profundidade na vida fora do mundo virtual. 

* Há o perigo de se enveredar tão profundamente pra dentro da internet, e ser engolida por ela sem perceber que se tornou um “rosto preso no cristal”, a  perda da identidade.
* Pode levar a um estado de desassossego: as muitas lentezinhas: minimiza e maximiza com mais de 15 janelas abertas. 

* É claro que não poderemos desenvolver uma espiritualidade sadia neste ambiente desequilibrado da internet: se eu não sou capaz de fazer livre conexão das coisas da vida, vou padecer de conexões confusas e, em tamanha superficialidade das informações, digo sim pra tudo.

Quais compreensões precisarão para o Uso Responsável da Internet?
1. Para usarmos bem a Internet precisaremos ter “eixos já construídos”, ou seja, fazermos sínteses de compreensões da vida, das coisas que nos cercam, dos acontecimentos, para não viver esse “monstro” de muitas percepções desconexas.

2. Será preciso um único interesse: guardar o que for coerente e jogar fora o que não é. Teremos que valorizar a linguagem, pois quando linguagem e alma se divorciam, não sobrou grande coisa: se quiser saber como está a alma, veja como está linguagem.

Concluindo nosso pensamento
Quando me deparo com o fenômeno moderno da Internet, um texto bíblico me salta à mente, a pergunta de Jesus ao endemoninhado Gadareno: “Qual é o teu nome? Ele responde: “É legião, porque somos muitos”. Talvez seja esse o princípio, podemos nos tornar pessoas fragmentadas psicologicamente, que clica aqui e ali compulsivamente. Precisaremos de um eixo, de uma mente formada para então usufruir responsavelmente da internet. 




CUIDANDO PARA QUE A VIOLÊNCIA NÃO DOMINE




                                                                                                                                                    Por Edna Palladino

Não podemos negar a violência em nossas relações, mas perceber que em todas as suas formas, ela é um quadro propicio para a deterioração das relações familiares. 

É necessário muita vigilância quando as diferenças são tratadas com desrespeito, e transformadas em desigualdades, pois esse padrão na relação leva à opressão, dominação e exploração. Será preciso habitar

com as diferenças das pessoas e compreendê-las.

Precisamos fazer uma “aliança” com nosso cônjuge e filhos de todas as idades, e também com nossa família mais ampla, de que todas as vezes que uma conversa ou uma atitude convergirem para a violência, ela não deverá prosseguir e, também, pontuar para a pessoa que ela está entrando no nível da agressão que
aquela discussão deverá parar naquele momento. 

Essa negociação familiar permite que não se alimente um círculo vicioso de violência, nem a cristalização do papel do agressor, que podem causar danos na construção da intimidade do casal e no desenvolvimento da criança ou adolescente, dependendo da frequência, do tipo e gravidade do ato violento. 


Assim, todos estarão de acordo que quando a conversa entrar no nível perigoso da agressão ela terá que parar.


Viver em paz envolve muita negociação, do tipo: "Pessoal, não se esqueçam, quem grita perde a razão"  muita  paciência: "Podemos recomeçar nossa conversa num outro momento, ok?...".

quinta-feira, 8 de agosto de 2013

VIOLÊNCIA DOMÉSTICA: POSSO DENUNCIAR?




Por Edna Palladino

Violência doméstica.
O que as mulheres devem
fazer quando seus maridos
são agressores físicos, psicológicos e sexuais?
Devem denunciar.

Mas o Pastor e irmãos dizem pra orar mais,
crer mais, esperar mais... é assim mesmo que
o diabo faz, pra ver o que a gente faz...

O homem é dominante, a mulher é serviçal, isso
está na cultura, lembra-se da música? Amélia é que era
mulher de verdade, quando via o marido contrariado
dizia: "meu bem o que se há de fazer?"

Nem a igreja, nem o estado, nem a sociedade está preparada para o
enfrentamento de gênero.

As musicas e bailes fanks são verdadeiras violências contra a mulher com letras absurdas, em que a mulher é tratada da forma mais absurda: lacraia.

Mas e o homem, é vilão ou vitima?
É vitima também, ele faz parte do entorno, também teve um agressor com
quem aprendeu ou alguém a quem imita.
Mas quando se constrói uma sociedade, a enfermidade de um não pode ser colocada sobre outro.
Então será preciso deter o agressor.
Toda agressão precisa ser detida.
Depois de deter o agressor se poderá ir até o agressor e cuidar dele.
O fato de ser vitima não dá a ele a legalidade para ser agressor.

Denuncie o agressor numa Delegacia, não é escândalo, é preservação da
vida, o bem mais precioso que temos.

Alguém poderá visitar o agressor na prisão e lá a voz do conselheiro trará eco de urgência, ao contrário, quando o agressor encoberto irá acusar os outros da casa: “eles é que são culpados de eu ser assim”. O agressor na prisão terá que descobrir que há limites. Ele precisa saber que se não se deixar ajudar, deverá ficar encarcerado.

 A agressão tem que ser detida.

A violência é melhor compreendida no âmbito do discurso.
A Presidenta Dilma pediu que seu cargo fosse denominado de Presidenta.
Como nunca uma mulher presidiu, a palavra não tinha sido flexionada,
tínhamos apenas Presidente.  
Nossa cultura não estava preparada para que uma mulher viesse assumir
a liderança, então cargos governantes não eram flexionados.

Talvez nós brasileiros precisemos começar a nos acostumar ao direito da mulher, e isso é um salto cultural enorme.
O despreparo da igreja para lidar com a questão de gênero tem eco no movimento da cultura, pois a leitura que fazemos de qualquer texto é sempre norteada por nossos construtos mentais, e é assim que aprendemos a ser gente, e podemos ser gente do modo errado.

No entanto, a fé cristã é uma fé que parte do pressuposto que o ser humano precisa ser transformado, então é de se esperar que alguns cristãos tenham maior facilidade de aprender que podemos ser gente de modo errado.