sexta-feira, 27 de setembro de 2013

A IMPORTÂNCIA DE MANTER CONTATO




importancia-manter-contato-discovery-mulher

Por Lucia Freitas

Relacionamentos são verdadeiros cultivos: é preciso estar sempre atento e cuidar deles. Seja amizade, família, amor, os cuidados são necessários e fundamentais para a sua saúde e bem-estar.

No caso amoroso, principalmente em casamentos, o descuido acontece sim. Correria, falta de tempo, cuidado com os filhos, com a casa, tudo se intromete no meio da relação. E o que começa com uma linda história pode se rachar.

O fundamental para uma relação saudável, segundo Regina Favre, filósofa e terapeuta, é um ambiente de colaboração. “E para isso é necessário maturidade. Quem não tem maturidade, abusa, domina, depende, se mistura”, diz.

Como ninguém é perfeito, tudo isso é construído. A maturidade vem, claro, à custa de muito trabalho, conversas, atividades. E ela precisa ser alcançada nas muitas dimensões que temos, todos nós: profissional, pessoal, relacional… são só algumas dessas dimensões.

Casais separados  (ou unidos) pela rotina



casal-importancia-manter-contato-discovery-mulher


Entre os casados, a situação mais comum é perder o contato por conta da rotina. Trabalho, casa, filhos, contas. Os afazeres são muitos e, em geral, esbarram na falta de colaboração dentro de casa.

Uma história que ilustra bem: um casal de 35 anos com um filho de 5. Ela se encarrega do transporte do filho para a escola, das compras, dos cuidados com a casa, das refeições. Ele não participa de nada disso. No máximo brinca com o pequeno no fim do dia, e, nos finais de semana, “ajuda”. O resultado a médio prazo? As coisas esfriam, o casal entra em rota de separação.

Segundo o IBGE, embora as pessoas estejam se casando mais, também aumentou o número de separações. É o resultado estatístico do estilo de vida dos casais nas grandes cidades brasileiras.

“O que acontece, na maioria das vezes, é que com a divisão injusta de tarefas a colaboração não existe e as pessoas ficam insatisfeitas”, conta Regina. Criar proximidade, compartilhar tarefas, fazer coisas juntos são santos remédios para produzir um dia-a-dia mais prazeroso. Sim, prazeroso, porque segundo a terapeuta, o prazer resulta de algo bem-feito.

Algumas ideias para criar mais momentos íntimos entre vocês:

-        Colocar os filhos para dormir numa hora boa
Assim vocês podem ter um tempo para ficar juntos. Não, não precisa fazer nada, podem ler, assistir TV ou um filme, meditar. Não importa o que vocês farão, importa estarem juntos e presentes.

-        Cozinhar juntos.
Comida exige atenção e carinho, cuidados na preparação. Cozinhar junto é uma ciência e uma arte. Vocês vão se conhecer melhor, descobrir gostos (para os recém-casados) e cuidar da saúde um do outro. E pode ser divertido – principalmente quando o resultado é bom.

-        Caminhar ou correr a dois.
Não é preciso um fim de semana sem crianças ou qualquer malabarismo. Caminhem ou corram juntos, participem de corridas, criem uma rotina de esporte conjunto. A camaradagem que nasce destas atividades é única – e faz muito bem ao relacionamento.

-        Fuja do senso comum.
O senso comum é que casais devem fazer as coisas de determinadas maneiras, seguindo regrinhas. Fuja desses clichês. Intimidade é algo pessoal e intransferível. Só vocês dois poderão descobrir o que é bom para vocês.

quarta-feira, 25 de setembro de 2013

OLHE NOS OLHOS DELA!




Por Edna Palladino

Um casal se desentende  bem antes de se casar.  A julgar pelos sintomas, caso eles se casem, logo, logo já estará muito pesada a carga do casamento. Posto que se em lenho verde (namoro/noivado), eles agem assim, como não agirão então no lenho seco do casamento?

Ela faz repetição transferencial  com ele: quando ele fala um pouquinho mais alto, ela que viveu a ausência do pai e presenciou a grosseria dele com a mãe a vida toda,  sente toda a emoção do passado revivida nas questões com o noivo.
É como se ela entrasse  num quarto escuro, sem porta, sem tomadas pra ascender as luzes, sem janelas...

Pergunto ao futuro marido: com certeza você deseja tirá-la desse lugar sem consciência, não é mesmo? Ele diz: claro! Então eu retomo: o que faz quando ela chora e reclama do tipo de tratamento que você oferece a ela? Ele: fico sem paciência, falo com ela ainda mais alto, fico nervoso! Eu: pois é, se quer entrar naquele quarto escuro do sofrimento dela, sabendo que não há portas, nem tomadas, a única maneira de tirá-la de lá é mudar sua forma de falar, e mesmo assim, quando ela se sentir ameaçada por sua fala, olhe dentro dos olhos dela e diga: desculpe, eu não me fiz entender bem, vou tentar novamente...

Alguns cônjuges não se encontram diferenciados da família de origem, seus contatos familiares são cheios de ansiedade e sem capacidade de fazer a separação do que é seu e do que é do outro. Enquanto que uma pessoa relativamente diferenciada terá níveis de ansiedade reduzida e bons contatos emocionais entre os pais e as famílias de origem.

Fará toda a diferença os cônjuges conhecerem a si mesmos, sem medo de se mostrarem como realmente são, sabendo que são os cuidadores um do outro. 

sábado, 14 de setembro de 2013

O CASAMENTO É A REAL APRENDIZAGEM DO AMOR

                                                                                          

                                                                                                               

                                                                                            Por Carlos Catito


Muitas pessoas, de dentro e de fora da igreja cristã, acreditam que, numa sociedade moderna em que se privilegia a liberdade de escolha e a busca por felicidade, qualquer argumentação contra o divórcio é, no mínimo  equivocada. 

Alguns intérpretes da Bíblia defendem que os textos bíblicos que apontam para uma objeção de Deus em relação ao divórcio são contextualmente equivocados e não servem mais para uma aplicação direta em nossos dias, tais como os textos que falam sobre restrições alimentares e similares. 

Quando eu era adolescente e congregava em uma igreja de origem alemã e com forte influência do movimento pietista, o divórcio era visto com uma conotação sexual equivalente ao adultério, ou seja, as pessoas que se divorciavam "queriam" experimentar novos parceiros sexuais, e isso era abominável! Portanto, naquele contexto o divórcio era visto como moralmente degradante - ponto de vista do qual também eu discordo, haja vista que tenho amigos pessoais cristãos divorciados há mais de quinze anos e que não buscaram novas companheiras, muitos menos um vida promíscua sexualmente simplesmente mantêm-se em abstinência. 

Então qual o real significado do divórcio que leva Deus a afirmar que o odeia (Mt. 2.13-16)? Ao longo de mais de trinta anos atendendo a casais em meu consultório, posso dizer que a essência de todo divórcio está na incapacidade de amar o diferente.

Quando iniciamos um relacionamento afetivo, acreditamos - de forma imatura - que temos com o outro uma sintonia tão próxima que mesmo os pequenos sinais de diferenças não nos incomodam, se considerarmos os enormes sinais de concordâncias. A proximidade de convivência e a rotina escancaram o quanto estávamos equivocados. O outro é, sim, muito diferente de mim em muitos aspectos: ritmo, tempo, estilo de vida, projetos, gostos, interação social, etc.

Então caímos na ilusão de que com um pouco de esforço conseguiremos mudar o outro e "torná-lo à minha imagem e semelhança": afinal, se pensarmos de forma mais sintônica, tudo vai ficar maravilhoso. Então passamos a ser educadores do outro, que teimosamente mostra-se um aprendiz ineficaz e não muda. A frustração pela não mudança aumenta, gerando irritação, e os "padrões educacionais" tornam-se mais violentos. As solicitações transformam-se em gritos, que levam a ressentimento.

Tudo isso colabora para que a imatura sensação inicial de que haveria uma sintonia total se dilua e passamos a acreditar que não somos mais compatíveis - precisamos buscar outra pessoa mais compatível para não arrastarmos ao longo da vida um relacionamento que nos fará infelizes. Aí surge o divórcio.

Não é esse caso uma metáfora de nosso relacionamento com Deus? Ele querendo nos ensinar a ser cada vez mais à sua imagem e semelhança e nós obstinadamente seguindo com nossas "verdades"? Todavia, Deus jamais desiste de nós, nem se altera quando não lhe damos ouvidos. Em última instância, o casamento é a real aprendizagem do amor e, quando nos negamos a esta aprendizagem, nos afastamos do Deus que é amor. É isso o que ele odeia!

Deus não quer que transformemos o outro à nossa imagem e semelhança, mas que encontremos no outro a imagem de Deus, que é multifacetada e que, por isso, torna a humanidade tão rica em sua diversidade. Esse caminho é estreito e poucos são os que trilham por ele.