Adélia Prado
Amar a aprazível rotina” de recolher ovos, fazer comida,
ir para o trabalho,
ajudar as crianças a viver descreve
a grande rotina da qual se constitui a vida
humana.
Não é pouco, portanto, resgatá-la, uma vez que se trata da própria vida.
Recolhe do ninho os ovos,
a mulher nem jovem nem velha,
em estado de
perfeito uso.
Não vem do sol indeciso
a claridade expandindo-se,
é dela
que nasce a luz
de natureza velada,
é seu próprio gosto
em ter uma
família,
amar a aprazível rotina.
Ela não sabe que sabe,
a rotina
perfeita é Deus:
as galinhas porão seus ovos,
ela porá sua saia,
a
árvore a seu tempo
dará suas flores rosadas.
A mulher não sabe que ora:
que nada mude, Senhor
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