quinta-feira, 8 de agosto de 2013

VIOLÊNCIA DOMÉSTICA: POSSO DENUNCIAR?




Por Edna Palladino

Violência doméstica.
O que as mulheres devem
fazer quando seus maridos
são agressores físicos, psicológicos e sexuais?
Devem denunciar.

Mas o Pastor e irmãos dizem pra orar mais,
crer mais, esperar mais... é assim mesmo que
o diabo faz, pra ver o que a gente faz...

O homem é dominante, a mulher é serviçal, isso
está na cultura, lembra-se da música? Amélia é que era
mulher de verdade, quando via o marido contrariado
dizia: "meu bem o que se há de fazer?"

Nem a igreja, nem o estado, nem a sociedade está preparada para o
enfrentamento de gênero.

As musicas e bailes fanks são verdadeiras violências contra a mulher com letras absurdas, em que a mulher é tratada da forma mais absurda: lacraia.

Mas e o homem, é vilão ou vitima?
É vitima também, ele faz parte do entorno, também teve um agressor com
quem aprendeu ou alguém a quem imita.
Mas quando se constrói uma sociedade, a enfermidade de um não pode ser colocada sobre outro.
Então será preciso deter o agressor.
Toda agressão precisa ser detida.
Depois de deter o agressor se poderá ir até o agressor e cuidar dele.
O fato de ser vitima não dá a ele a legalidade para ser agressor.

Denuncie o agressor numa Delegacia, não é escândalo, é preservação da
vida, o bem mais precioso que temos.

Alguém poderá visitar o agressor na prisão e lá a voz do conselheiro trará eco de urgência, ao contrário, quando o agressor encoberto irá acusar os outros da casa: “eles é que são culpados de eu ser assim”. O agressor na prisão terá que descobrir que há limites. Ele precisa saber que se não se deixar ajudar, deverá ficar encarcerado.

 A agressão tem que ser detida.

A violência é melhor compreendida no âmbito do discurso.
A Presidenta Dilma pediu que seu cargo fosse denominado de Presidenta.
Como nunca uma mulher presidiu, a palavra não tinha sido flexionada,
tínhamos apenas Presidente.  
Nossa cultura não estava preparada para que uma mulher viesse assumir
a liderança, então cargos governantes não eram flexionados.

Talvez nós brasileiros precisemos começar a nos acostumar ao direito da mulher, e isso é um salto cultural enorme.
O despreparo da igreja para lidar com a questão de gênero tem eco no movimento da cultura, pois a leitura que fazemos de qualquer texto é sempre norteada por nossos construtos mentais, e é assim que aprendemos a ser gente, e podemos ser gente do modo errado.

No entanto, a fé cristã é uma fé que parte do pressuposto que o ser humano precisa ser transformado, então é de se esperar que alguns cristãos tenham maior facilidade de aprender que podemos ser gente de modo errado. 

Nenhum comentário:

Postar um comentário